quinta-feira, 17 de julho de 2008

Nascem flores nos meus olhos, de pétalas garridas que se soltam com a brisa do mar que vem de longe... tão longe... Perfumam os caminhos de solidão por onde passo, deixando um tapete macio que suaviza as pedras que piso...
Nascem flores nos meus olhos que colho e entrego-as a quem precisa, a quem vive só... como eu... crescendo assim mais um sorriso... mais um laço que vai segurando uma vida que morre aos poucos...

Fonte de alimento e rico em água salgada de dor, mata a sede de sentimentos em rega de lágrimas quentes e fortes, como pérolas preciosas...
As flores, carregadas de brilho, crescem para um céu que não lhes pertence, para uma vida carregada de mosto turvo que teima em não fermentar, ficando assim... eternamente doce de amargura... tão doce que torna qualquer sentimento enjoativo... nunca sentindo a sua verdadeira essência após fermentar e decantar tudo o que não presta, tudo o que suja qualquer peito que ame sem limites...

Nascem flores nos meus olhos, para beberem as lágrimas que nascem dentro de mim...

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